quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Que país é esse!

Aqueles que já passaram dos 40, como eu, lembram se de uma época em que o Brasil se revoltava contra a ditadura e os consequentes desmandos a que o país foi submetido. Dívida externa imensa, inflação elevada, baixos salários e crescimento econômico pífio solaparam as já instáveis bases do regime militar. Os governos que se seguiram tentaram corrigir estes problemas e fracassaram. Somente uma conjunção feliz de condições internacionais favoráveis (para o Brasil) e governos razoavelmente estáveis e comprometidos com mudanças reais é que o país superou as dificuldades e hoje aparece como a quinta maior economia do globo. É claro que ainda estamos muito longe da qualidade de vida de americanos, europeus e japoneses, mas também são inegáveis os avanços. No entanto, juntamente com o crescimento econômico e o fortalecimento das instituições, começam a aparecer problemas que todos já desconfiavam da existência, mas que agora aparecem de maneira escancarada, mostrando as entranhas da máquina pública e revelando a suas mazelas mais abjetas. Diversos escândalos com nomes engraçados (dos anões, do mensalão, dos sanguessugas, dos mensalinhos, etc) deputados, senadores e governadores sendo caçados e destituídos; matérias jornalísticas derrubam ministros seguidamente, enquanto juízes são acusados como bandidos de toga. Tudo leva a crer que o caos foi instaurado. Mas na verdade, esta é uma época maravilhosa. Pois o que muito não se dão conta é que finalmente a podridão do sistema está sendo revelada, de modo que os cidadãos de bem possam se defender dos maus políticos, maus juízes, maus policiais, maus cidadãos. O que muitos veriam como a falência do sistema, eu vejo como a redenção do mesmo, graças à transparência que começa a ser aplicadas às instituições. Esta é a hora e a vez do bom cidadão, aquele que paga seus impostos, mesmo sabendo que são injustos e extorsivos; que cumpre seus deveres na família, trabalho e comunidade, que não engana seu empregador e nem explora o seu empregado, que vota com consciência e defende a justiça; que devolve o troco que recebeu a mais; que doa seu tempo, talentos e esforço para uma causa maior. É a hora daquele cidadão que não se cala quando deve falar e que cobra seus direitos depois de haver cumprido seus deveres. Porque até agora, quem fazia isso era considerado otário, pois quem infringia a lei não sofria nenhuma consequencia.

A mudança está apenas começando, mas ela será inexorável se todos participarmos dela. E se você, que lê este artigo acha que não é este cidadão, não será a hora de mudar?

Convido a todos a trabalhar por um país melhor, construído de dentro para fora.

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