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Mostrando postagens de setembro, 2009

Autonomia dos Veículos Elétricos

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Gostaria de fazer um comentário, antes de iniciar o assunto deste post, sobre a criativa "reinvenção da roda" apresentada pela Michelin no último Salão do Automóvel de Franfurt. A matéria completa  está aquí . Gostei muito da idéia. Só espero que esteja disponível para a indústria a preços viáveis. Terminei o post anterior afirmando que a limitada autonomia dos veículos elétricos foi a causa de sua não popularização e a consequente ascenção dos veículos a combustão interna. Mas se o motor elétrico é tantas vezes mais eficiente que os a combustão (também conhecidos como térmicos), porque esta limitação ocorre? A energia elétrica é uma das manifestações mais organizadas que a energia pode assumir na natureza. Talvez a mais organizada. Ela pode ser gerada, transmitida e usada de maneira relativamente simples. Contudo, o seu armazenamento tem sido um desafio desde que a mesma foi descoberta. Isto ocorre em virtude do caráter dinâmico desta forma de energia. Para a melhor compreen

Veículos elétricos e a indústria do petróleo

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Vocês acharam o post anterior complicado? Eu também. É difícil explicar certas coisas em poucas palavras, principalmente se tentamos acrescentar evidências. Eu não fiquei satisfeito com a minha última exposição e resolvi abordar um pouco mais o assunto. Mas desta vez não vou elaborar muito o tema, apenas expor as minhas conclusões. A maioria das pessoas não sabe, mas o automóvel praticamente nasceu elétrico. As primeiras experiências eram máquinas a vapor, mas a partir dde 1830 já havia automóveis elétricos. Contudo, seu uso era restrito devido a limitada capacidade dos motores e baterias da época. No final do século XIX, havia três opções possíveis para motorização de automóveis: a vapor, a gasolina e elétrico. Embora costume-se creditar a invenção do automóvel a Karl Benz, já havia vários experimentos com relativo sucesso usando motores a vapor e elétricos. Por volta do ano 1900, a maioria dos automóveis eram elétricos. O próprio Santos Dumont possuia um automóvel elétrico, com o qu

Matriz energética, política energética e a tração elétrica

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Vimos no post anterior as inúmeras vantagens do uso de tração elétrica em relação aos motores a combustão (e eu ainda não mencionei todas elas). Mas se o uso da tração elétrica apresenta tantas vantagens, por que não é mais amplamente utilizada? Atualmente, do ponto de vista oficial, quando se fala em tração elétrica, normalmente estamos falando de ônibus e locomotivas. Para veículos grandes e pesados, o ganho com a eficiência energética é muito mais significativo, Neste tipo de veículos, os quais normalmente percorrem percursos fixos, o uso de eletricidade como forma de propulsão é particularmente vantajoso. Normalmente nestes casos, a alimentação para estes veículos é fornecida diretamente da rede elétrica, dispensando o uso das pesadas baterias. Todos já devem ter visto a fiação suspensa utilizada para alimentar trolleibus e locomotivas. No caso do metrô, esta fiação é mais discreta, pois normalmente a mesma é colocada junto aos trilhos. Do ponto de vista oficial (falando em termos

Por que elétrico???

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Durante muito tempo, os VE estiveram restritos ao "muito pequeno" ou ao "muito grande". No "muito pequeno" encontramos a propulsão elétrica em brinquedos e carros de golfe. Neste grupo, o que encontramos de maior são as empilhadeiras elétricas, muito usadas em ambiente interno, onde não há condições adequadas de ventilação, dificultando a dispersão dos gases de escape de um motor a combustão. No "muito grande", encontramos os trolleibus, os bondes (é, em alguns países eles ainda existem) e as locomotivas elétricas ou híbridas. Recentemente, avanços na  eletrônica de potência permitiram VEs ocupando o espaço entre esses dois mundos. O automóvel elétrico tornou-se tecnicamente viável. No Brasil, mesmo antes desses avanços na eletrônica, tivemos o trabalho do pioneiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, com o seu Itaipú. Era um veículo pequeno e agil, mas com autonomia muito limitada. No entanto, foi utilizado por algumas empresas de energia elét

A Revolução Industrial e os combustíveis fósseis

Nós conhecemos um mundo dependente do petróleo. Precisamos dele para nos locomover, vestir, morar, alimentar, medicar. Dele saem combustíveis e matérias primas, sem os quais a sociedade que conhecemos hoje simplesmente não existiria. Mesmo a atual população mundial de 6 bilhões de habitantes não poderia ser mantida sem o petróleo. No entanto, tendemos a pensar em petróleo apenas como combustível e nos esquecemos que dele também saem os plásticos, tecidos, solventes, corantes, fertilizantes, pesticidas, medicamentos, etc. O petróleo permitiu a consolidação da Revolução Industrial, iniciada com base no carvão mineral. Com isso em mente, me dei conta de que podemos estar, literalmente, "queimando" nossa principal  fonte de recursos. E enquanto o fazemos, provocamos a maior mudança ambiental da qual ja se teve notícia, somente superada por aquelas que, teoricamente, deram causa às grandes extinções em massa, a mais recente ocorrida a 60 milhões de anos e que vitimou os dinossauro

Veículos elétricos - A salvação da lavoura

Este blog é o resultado de uma idéia que vem amadurecendo a muito tempo e que tem tomado forma nos últimos 2 anos. Começo como uma curiosidade e subtamente me deparei com algo que realmente pode mudar a vida das pessoas de maneira substancial. Estou falando dos veículos elétricos. Descobri que, muito longe do estereótipo popular, os veículos elétricos são potentes, rápidos, econômicos, silenciosos e confortáveis, além de ambientalmente corretos. Descobri todo um mundo de possibilidades e um mundo de resistências, representadas por interesses econômicos, escravidão a paradigmas e indiferença oficial. Mas descobri também um múmero assombroso de pessoas  que, como eu, descobriram as mesmas verdades e se defrontaram com as mesmas barreiras. Resolvi montar este espaço de debates para propor minhas idéias, apresentar propostas e possíveis soluções. Além disso, tenho um sentimento de que a popularização dos veículos elétricos (que a partir de agora indicarei usando a sigla VE) passa pelo Open