A Ilha
Por causa da tempestade da noite passada, a praia está atulhada de detritos. As ondas ainda batem com força nos rochedos, provocando um som ensurdecedor. Este é o meu quinto dia nesta maldita ilha, onde fiz um pouso de emergência com o meu jato FA18. Meu rádio não funciona direito e só tenho combustível para uns 15 minutos de vôo. O GPS ainda funciona, mas o localizador pifou junto com o rádio. Ontem acabou o meu estojo com ração de emergência e hoje o meu desjejum foi de caranguejos com coco. Felizmente o isqueiro ainda funciona, então não precisei comer caranguejo cru. Mas por via das dúvidas, estou mantendo o fogo aceso. Descobri que jogar algas marinhas no fogo faz bastante fumaça, o que talvez ajude uma eventual missão de resgate a me localizar. Apesar dos danos, o avião ainda está em condições de vôo, mas para onde eu iria com combustível para 15 minutos? De acordo com o GPS, minhas coordenadas são 10º 12´ 30´´ N e 109º 16´37´´ W. Estou entre nada e coisa nenhuma. A praia é longa, talvez o bastante para o A1 decolar, mas nunca tentei decolar com um jato em uma pista de areia.
A ilha é mais uma cratera, provavelmente algum vulcão extinto. Um pequeno contorno de areia com água dentro. Ao caminhar pela praia, encontrei um mastro de bandeira quebrado, um marco de concreto feito pelo governo francês e os restos de uma estação meteorológica automática, o que significa que às vezes alguém aparece por aqui. De acordo com o obelisco, o nome da ilha é Clipperton. Acho que não existe uma única ilha em que alguem não tenha pisado. Mas isso não melhora muito a minha situação.
Este é o décimo dia. Neste tempo, minha única companhia tem sido os albatrozes que fazem ninho aqui. Chove todo dia. Até agora, nenhuma missão de resgate. Não vieram nem mesmo consertar a estação metereorológia, que eu imagino estar abandonada há muito tempo.
Eu me vi pelo espelho retrovisor. Estou parecendo um animal, barbudo e cabeludo. Se eu não fizer algo a respeito, logo a loucura irá tomar conta de mim. Comecei a pensar em um plano maluco, para não dizer suicida. E se eu levantar vôo e subir até uns 20 mil pés? Talvez eu apareça em alguma tela de radar o tempo suficiente para ser localizado. Quando o combustível acabar, eu ejeto e espero o resgate dentro do bote salva-vidas. Eu não tenho muito tempo para decidir, pois logo as baterias não terão mais energia suficiente para dar partida na turbina. Talvez já nao tenha.
Este é o 12º dia e são 6 horas da manhã. Escolhi este horário porque o ar está mais frio e a decolagem pode ser mais fácil. Ontem eu limpei o melhor possível a praia. Não seria muito bom se um pedaço de palha de palmeira fosse tragado pelas turbinas. A maré acabou de baixar, o que é bom, porque isso deixa a areia mais compacta, facilitando a decolagem. A pressão do pneu da triquilha parece baixa, mas acho que não vai atrapalhar muito, pois eu posso aliviar o peso do nariz com o manche. Consegui dar partida nas turbina e estou apenas esperando a temperatura chegar ao ponto certo para tentar a decolagem. Estou escrevendo isso para o caso de meu plano não dar certo. Me desejem sorte.
...
Os radares do porta aviões Abraham Lincoln detectaram ás 6:12 PM a aproximação de uma aeronave FA18, logo identificada como pertencente ao Corpo de Fuzileiros Navais. A aeronave efetuou um pouso de emergência pois encontrava-se com pouco combustível. O piloto informou às autoridades que havia efetuado dias antes um pouso de emergência na Ilha de Clipperton, a uns 20km do local onde o porta-aviões realizava manobras há 12 dias...
A ilha é mais uma cratera, provavelmente algum vulcão extinto. Um pequeno contorno de areia com água dentro. Ao caminhar pela praia, encontrei um mastro de bandeira quebrado, um marco de concreto feito pelo governo francês e os restos de uma estação meteorológica automática, o que significa que às vezes alguém aparece por aqui. De acordo com o obelisco, o nome da ilha é Clipperton. Acho que não existe uma única ilha em que alguem não tenha pisado. Mas isso não melhora muito a minha situação.
Este é o décimo dia. Neste tempo, minha única companhia tem sido os albatrozes que fazem ninho aqui. Chove todo dia. Até agora, nenhuma missão de resgate. Não vieram nem mesmo consertar a estação metereorológia, que eu imagino estar abandonada há muito tempo.
Eu me vi pelo espelho retrovisor. Estou parecendo um animal, barbudo e cabeludo. Se eu não fizer algo a respeito, logo a loucura irá tomar conta de mim. Comecei a pensar em um plano maluco, para não dizer suicida. E se eu levantar vôo e subir até uns 20 mil pés? Talvez eu apareça em alguma tela de radar o tempo suficiente para ser localizado. Quando o combustível acabar, eu ejeto e espero o resgate dentro do bote salva-vidas. Eu não tenho muito tempo para decidir, pois logo as baterias não terão mais energia suficiente para dar partida na turbina. Talvez já nao tenha.
Este é o 12º dia e são 6 horas da manhã. Escolhi este horário porque o ar está mais frio e a decolagem pode ser mais fácil. Ontem eu limpei o melhor possível a praia. Não seria muito bom se um pedaço de palha de palmeira fosse tragado pelas turbinas. A maré acabou de baixar, o que é bom, porque isso deixa a areia mais compacta, facilitando a decolagem. A pressão do pneu da triquilha parece baixa, mas acho que não vai atrapalhar muito, pois eu posso aliviar o peso do nariz com o manche. Consegui dar partida nas turbina e estou apenas esperando a temperatura chegar ao ponto certo para tentar a decolagem. Estou escrevendo isso para o caso de meu plano não dar certo. Me desejem sorte.
...
Os radares do porta aviões Abraham Lincoln detectaram ás 6:12 PM a aproximação de uma aeronave FA18, logo identificada como pertencente ao Corpo de Fuzileiros Navais. A aeronave efetuou um pouso de emergência pois encontrava-se com pouco combustível. O piloto informou às autoridades que havia efetuado dias antes um pouso de emergência na Ilha de Clipperton, a uns 20km do local onde o porta-aviões realizava manobras há 12 dias...
Comentários
Postar um comentário